"Quando tu era pequena, eu ficava admirada com a tua gentileza. Tudo que a gente pedia, tu aceitava tranquilamente. Nunca me deu trabalho nenhum! Eu me lembro que ficava admirada com aquilo.
Já o Marcelo era diferente. Era uma peste. Fazia teu avô correr atrás dele no supermercado, pulava no sofá..."
Essas são as palavras que ouvi da minha mãe durante anos e anos - as vezes um pouco diferentes, mas sempre sugerindo a mesma ideia: eu era um amor; meu irmão, uma peste. E sabe o que é mais engraçado? É que hoje, ambos eu e meu irmão, mudamos completamente. Já não sou mais tão tranquila e meu irmão é tranquilo demais.
Estamos mudando a todo tempo. Ora na maneira de falar, ora na maneira de agir. Com o tempo, inclusive mudamos alguns princípios. E em questão de algum tempo, alguma foto nos trás a recordação de uma pessoa que não mais existe. Uma pessoa diferente, um antigo "eu". E quando que percebemos que não estamos mais mudando, mas sim, perdendo a própria identidade?
Afinal, nem todas as mudanças são de nosso agrado. As vezes trocamos antigos defeitos por novos. Mudamos um hábito sem querer e nos adaptamos a uma nova rotina que possa não nos agradar. E assim, o que antes lhe agradava, o que antes era considerado como importante ou mesmo prioridade, de repente está apenas numa vaga lembrança.
Pode ser qualquer coisa. Se você admirava sua despreocupação com o mundo, e de repente se vê preso à preocupações. Ou quem sabe, você tinha valores e princípios que foram perdendo sua moralidade. E aquele entusiasmo, onde foi parar?
Mudar é natural, é normal. Mas temos que tomar cuidado para que essas mudanças não nos façam mal, mas sim que elas nos ajudem a crescer, a evoluir. Temos que tomar cuidado para não perder a identidade no meio de tantas mudanças.
E agora, repito minha pergunta inicial: quando sabemos se estamos mudando, e não mudando a identidade? A resposta é simples. Nunca estaremos insatisfeitos com quem realmente queremos ser, seja lá quem for. Assim é que sabemos se nossas mudanças foram proveitosas, e que, mesmo depois de tantas delas, continuamos sendo nós mesmos.
Nossa identidade é uma maneira de expor ao mundo nossos ideais, nossos pensamentos. Sabendo usá-la e principalmente preservá-la, é que podemos fazer uma diferença.
Saiba usá-la.
terça-feira, 14 de abril de 2009
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Falou bonito em Paula....
ResponderExcluire sabe que ultimamente...tem ocorrido isso com varias pessoas...nesse mes de Abril....
Abril FDP.....mas mudar é muito bom....nós não podemos ter medo de mudar! Cheguei nesse conclusão! E ai vc me pergunta? Vocë está insatisfeito com as SUAS(MINHAS) mudanças!
A Resposta é um prazeroso NÂO!!